Era de se esperar que fosse histórico, inusitado e até tumultuado. porém, creio que nem os mais pessimistas foram capazes de prever tal desfecho. Aliás desfecho? Nenhum! Após o empate do primeiro jogo, em 2 x 2 e o adiamento do segundo jogo, ou cancelamento, chamem como preferirem, o destino deu à final mais dramática, mais aguardada da Libertadores, ares de literatura.

O temporal que caiu sobre Buenos Aires no dia do primeiro jogo, já era um prenúncio de que até o céu seria personagem da história, uma chuva que não só adiou o jogo, mas parou a cidade por um dia, alagando-a com vigor. Apenas esse enlace já daria à final alguma história para ser contada, mas era um Boca x River, última final a ser jogada em dois jogos na história da Libertadores, e claro, agora sim temos o plano prático, estaria mesmo a Argentina preparada para receber tal evento? Guarde essa pergunta!

A selvageria no entorno de estádios não é uma exclusividade sulamericana, porém é um produto de excelência da nossa cultura, como somos bons nisso! Dessa feita, a poucos kilômetros de chegar ao estádio Monumental de Nuñes, como todos sabemos, o ônibus do Boca foi hostilizado, apredejado, e sabe Deus mais o que, por mais difundido que esteja o assunto, pode ser que alguns ainda não tenham visto os detalhes, eis o vídeo:
As críticas à Federação Argentina de Futebol (AFA) já são famosas desde que Leonel Messi declarou sua insegurança com a mesma e a vontade de não defender mais sua seleção nacional, depois de uma turbulência em um vôo mal programado no fim de 2016. "Que desatre é a AFA!", foram essas as palavras do capitão argentino, que colocaram a federação nas notícias. Vale lembrar que em 2015, pelas oitavas de final, o clássico foi reeditado e.... Uma confusão envolvendo gás de pimenta lançado na direção dos jogadores do River no estádio do Boca, cancelou a partida, e também puniu severamente o Boca em participação de torneios internacionais por um ano. Em todo esse background, passado, cenário, é que se teceria a final histórica de 2018!

Mais uma vez, porém, ele o porém, tudo tinha que acontecer como foi, com sorte de não termos vítimas fatais ou de lesões mais graves, e às vistas do mundo, dada a audiência internacional, e presença no estádio do presidente da FIFA, que em declaração recente, se esquivou das denúncias de que teria "forçado" a ocorrência do jogo, fosse como fosse, prometendo sanções e punições severas. Segundo as declarações de Florentino, que ateuou as críticas, tudo foi uma fatalidade.

Lembra da pergunta?? Estaria a Argentina preparada para receber a final? Sua possivel resposta após o último adiamente é: NÃO!!!!

O país cisplatino é nessa semana foco das atenções mundiais, em virtude da reunião do G20, que terá presença do líder norte americano Donald Trump (terá mesmo? até o momento sim) e todo o aparato e protocolo para receber líderes mundiais, impõe regras e um sistema de segurança que inviabiliza a realização da final no próximo fim de semana. O evento pode impossibilitar os hermanos de assistirem sua final em loco, uma vez que o campeão precisa ser reconhecido a tempo de ser inscrito no mundial interclubes 2018, com estreia prevista na semifinal, dia 18 de dezembro.

Não vou jogar em um campo que posso morrer. O que aconteceria se jogássemos e ganhássemos na casa deles? Me matariam. Tenho uma esposa e três filhas. A mais velha me abraçou chorando quando cheguei em casa
.
- Pablo Pérez

Todos esses elementos somados podem transferir a final para outro país, Brasil (Minas Gerais) e Itália (Gênova), já se declararam como candidatas, mas outras possibilidades, reais ou não pipocaram por toda a web até a presente data.

Paixão, confusão, amor, fúria e Argentina. Uma situação nada heróica ou digna de menção honrosa, porém não há o que se negar:

UM VERDADEIRO E VIGOROSO TANGO ARGENTINO!