Patrimônio do futebol sul-americano, escola de craques magníficos e possuidor de uma das historias mais gloriosas e premiadas do futebol mundial, o C.A. Peñarol obteve inúmeras honras nacionais e internacionais ao longo de sua história, chegando a ser condecorado El Campeón del Siglo (IFFHS). Sua origem aconteceu em 28 de setembro de 1891, sob o nome de Clube de Críquete Ferroviário do Uruguai Central (CURCC), pelas mãos de trabalhadores industriais uruguaios, ingleses e até um alemão, nas redondezas da Villa agrícola Peñarol, desde já sendo conhecido pelo povo como Peñarol. Entre os fundadores foi expresso o lema "Você será eterno como o tempo e florescerá a cada primavera"
O clube foi um dos f
undadores da Liga Uruguaia e logo no ano seguinte a agremiação abandonou o  Rugby e o Cricket, passando a se dedicar somente ao futebol. Seria, porém, somente a partir de 12 de março de 1914, que oficialmente a instituição passou a se chamar "Club Atlético Peñarol".
Para chegarmos a Seleção Aurinegra de Todos os Tempos, fizemos como a indústria de ferrovias ao qual o clube foi inspirado. Traçamos os caminhos das trilhas ferroviárias até chegarmos ao destino, então a fundimos. Vasculhamos desde a época Amadora e lá encontramos ídolos primordiais, tendo como maior figura um craque mestre. Acolhemos grandes elementos dos anos 20 e 30, notáveis figuras do Esquadrão da Morte em 1949, base do Uruguai Campeão do Mundo no Maracanazo em 1950; passamos pelos anos 1960, onde se encontram emblemáticos nomes do clube Aurinegro, que construíram a era dourada com títulos nacionais, das Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes. Por fim, sem deixar faltarem ídolos históricas dos anos 70 e 80, quando o clube voltou a reconquistar a Libertadores e o Mundo. Devido muitos nomes gloriosos do passado, nenhum personagem mais atual ganhou espaço, os mais recentes foram dos anos 90. Embora o clube venceu títulos e tenha chegado a final da Libertadores no século XXI.

SUPLENTES:

Mazurkiewicz / Maidana
L. Fernandez - Walter Oliveira - Gutiérrez - Omar Caetano
Álvaro Gestido - Bengoechea
Abbadie - Severino Varela - Hohberg - Míguez

Na baliza, temos Roque Maspoli. Mesmo tendo iniciado no Nacional e passado pelo Liverpool/URU, seria no Peñarol que encontraria seus grandes momentos entre 1940 a 55. Com agilidade, segurança e grandes defesas ajudou os Carboneros a conquistar seis títulos Uruguaios. Na Seleção Uruguaia seria um dos celebres jogadores da Celeste a superar o Brasil e conquistar a Copa do Mundo de 1950, na ocasião conhecida como Maracanazo. Aposentou-se como jogador de futebol em 1955 , embora permanecesse ligado ao esporte, inclusive trabalhou como técnico. Faleceria aos 86 anos, vítima de uma doença cardíaca.
Para reserva, Mazurkiewicz. É considero o maior goleiro da história uruguaia, apesar de optarmos por Maspoli, a escolha do goleiro da Copa de 70 não seria errada também. Defendeu o Peñarol entre 1965-71; 1976, 1978 e 1980-81, conquistando a Libertadores, Mundial e 4 Uruguaios.

O terceiro goleiro é Maidana. Por jogar de preto e com muita agilidade ficou conhecido como “Homen Gato” pela torcida Aurinegra entre 1955-60.

A lateral-direita é integrada por Pablo Forlan. Notável deus da raça, notabilizado pela entrega, vitalidade e disposição com a camisa do Peñarol, defendendo o clube em aproximadamente 240 jogos, com duas passagens: 1963 a 70 e 1975-76. Apesar de ser um lateral-direito, jogava também como zagueiro e até volante. Seu apelido foi eternizado como “Pilar Corazo”, justamente por dar a vida em campo, um jogador de puro-sangue e coração pelo clube Aurinegro, ao qual conquistou 4 Campeonatos Uruguayos (1964-65 e 1967-68), a Copa Libertadores da América e o Mundial Interclubes de 1966, além da Recopa Mundial de 1969. Com a Seleção Uruguaia disputou 3 Copas do Mundo (66-70-74) e conquistou a Copa América de 1967.
A possível troca é com L. Fernandez. “O Galego” ou “Patrono da Corte”, era um símbolo da raça uruguaia, jogador de muito brio, força e intimidador, seja com suas entradas mais fortes ou com as ameaças aos rivais. Formou ao lado de Silva e Gestido a mais famosa linha-média do futebol uruguaio. Foi 4x Campeão Uruguaio com a camisa amarela e preto entre 1928 a 35 e pela Celeste Olímpica conquistou 2 Copas América e a Copa do Mundo, entre 1926 a 30.

Patrão da defesa, temos o gigante William Martínez. Foi um dos maiores defensores da história do Peñarol, monopolizando títulos de todos os tipos, e um dos mais aclamados do futebol uruguaio. Seu início aconteceu no arquirrival entre 1942-46, passaria ainda pelo Racing e o Rampla Juniors (onde também é ídolo), sendo um dos personagens na conquista celeste da Copa do Mundo de 1950, no Brasil. Seria ainda titular na Copa do Mundo de 1954. Foi somente a partir de 1955, que passou a escrever uma belíssima história no Peñarol. Era um defensor alto, forte e de muito caráter, polivalente ao ponto de fazer muitas posições, sempre com excelente jogo aéreo e comando. Martinez chegou a comentar no El Diário: “Comecei com 8 anos de glória. Títulos uruguaios, dois da América e um do mundo, além de pouquíssimas derrotas contra o Nacional ”. Em 1956, venceu a Copa América com a Seleção Nacional. No Peñarol, participou de uma excelente renovação, que resultou no Tetracampeonato Uruguayo frente ao Nacional, num clássico de ataque cardíaco, quando os decanos caíram de 1 a 0. Ele era um gigante, que monopolizou absolutamente todos os campeonatos que disputou (foram 14 títulos), sendo 4 títulos Uruguaios, duas Copas Libertadores e o Mundial Interclubes. É o único jogador uruguaio a vencer um Mundial pela seleção e pelo clube. Devido sua honestidade no campo, foi amado por colegas de equipe e até rivais, deixou uma marca no melhor momento da instituição charioteral. Faleceu em 28 de dezembro de 1997.
Como ótima opção do banco, Nelson Gutiérrez. Foram duas passagens pelo Peñarol, entre 1980 a 84 e 1993 a 96, sempre com eficiência na marcação e antecipação. Foi uma cria da base cabornera, conquistou inúmeros títulos como a Libertadores e o Mundial. Também fez sucesso no River Plate-ARG e pela Seleção Uruguaia disputou duas Copas do Mundo.


Originalmente volante, também fazia a defesa com perfeição, achamos o espaço para essa glória carbonera, Nestor "Tito" Gonçalves. Conhecido como "O Capitão dos Capitães", vestiu a camisa amarela y negra por 14 anos, fazendo parte da era "dourada" do clube e terminando como o jogador que mais vestiu a camisa (574 jogos) do Peñarol na história. Chegou no em 1957 e no ano seguinte já venceu a primeira conquista. Viria um Pentacampeonato Uruguayo histórico (1958 a 62). Nessa época também decorreram as conquistas da Copa Libertadores em 1960-61 e 1966, além do Mundial Interclubes em 1961 e 66. Foi uma figura fundamental nos anos 60, onde também adicionou a Supercopa dos Campeões de 1969 . No nível local, além do Primeiro Quinquênio de Ouro, ele também ganhou os campeonatos de 1964, 65, 67, 68. Em seu relato consta que " Possuindo uma personalidade firme, ele não pesou o número 5 que Harley, L. Fernández, Gestido e Obdulio Varela usavam" (M. Silvera, campeão de Século).
Mais um passivo de titularidade é Walter Oliveira.  Revelado na base carbonera, foi o capitão na conquista da Libertadores de 1982. Era um jogador cheio de vitalidade, raça, determinação e gigante nas bolas aéreas. Pelo Peñarol atuou de 1972 a 83, sendo admirado pela torcida por sua disposição e empenho, também um dos maiores vencedores do clube, conquistando cerca de nove títulos. Na seleção uruguaia disputou duas Copas América e cerca de 30 partidas.

Optamos na lateral-esquerda por Víctor Rodríguez Andrade . Chegando do Central em 1952, desenvolveu no clube amarelo e preto ótimos desempenhos, conquistando os campeonatos uruguaios de 1953 e 1954. Ficou conhecido como The Black Pearl (Perola Negra), se dedicou ao Peñarol até 1957, nesses seis anos apresentou seu poderoso estilo de jogo: grande marcação, força quando necessário e inteligência para a entrega da bola. O sobrinho de Leandro Andrade foi um dos campeões do mundo no Maracanã em 1950, ao todo disputou dois Mundiais e também venceu a Copa América de 1956.
Passivo de titularidade, temos Omar Caetano. É o segundo jogador que mais vezes vestiu a camisa do Peñarol e um dos mais premiados na vida do clube. De 1961 a 75, seja como lateral-esquerdo ou meia-defensivo sua contribuição foi imprescindível em 8 títulos Uruguaios, 2 Libertadores e 2 Mundiais, sendo uma referencia do clube por muitos anos. Chegou a disputar duas Copas do Mundo pela Seleção Uruguaia.

 
As Copas Intercontinentais vencidas pelo Peñarol no Museu do Clube.

Como médio-central, o coração da equipe é Obdúlio Varela. Foi um dos maiores capitães da história e a maior representação do Uruguai vitorioso, corajoso e aguerrido. Personalidade única, líder nato, o Chefe Negro jogava com muita entrega, intensidade jamais vista em outro jogador, assim tornou-se uma lenda para os uruguaios. Antes jogado no Juventud e Wanderers, chegou ao Peñarol em 1943, com uma trajetória grandiosa até 1955, tendo conquistado seis Campeonatos Uruguayos (1944, 45, 49, 51 , 53 e 1954), entre outros torneios, como o de Honra em 8 ocasiões. Não havia bola perdida, não existia o medo, dava a vida em campo. E não era apenas um voluntarioso, tinha dotes técnicos: visão de jogo, imposição na defesa e no ataque, poderoso jogo aéreo e capaz de chutes de longa distância, um médio completo. Por muitos é considerado o maior jogador da história do Peñarol, conquistou seis Campeonatos Uruguaios pelo clube Alrinegro. A maior figura da mais emblemática conquista Uruguaya, a Copa do Mundo de 1950. Foi um dos poucos futebolistas condecorados ainda em vida com a Ordem do Mérito da FIFA. Disputou duas Copas do Mundo (1950 e 54), com ele a seleção em Mundiais jamais foi derrotada, também conquistou uma Copa América (42). Seu estilo popularizou ao mundo o jogo de luta e disposição uruguaia. Nelson Rodrigues lhe descreveu assim: “Varela não atava as chuteiras com cordões, mas com as veias”.
Como substituto fica Álvaro Gestido. Sinônimo de amor e entrega ao Peñarol, foi um dos eixos da famosa ‘Cortina de Metal’, a linha média dos primeiros títulos profissionais do clube, sendo 7x Campeão Uruguaio. Defendeu o carbonero de 1928 a 41, seja como médio-central ou médio-esquerdo. Na Seleção Celeste foi campeão Olímpico/1928 e da Copa do Mundo /1930.

Considerado o maior jogador uruguaio de todos os tempos e um dos melhores futebolistas da história (FIFA y IFFHS), Juan Alberto Schiaffino marcou época no Peñarol. Cria da base do clube, fez sua estreia profissional em 1943 e chegou a primeira conquista em 1949, quando protagonizou o Esquadrão da Morte. A campanha nessa temporada foi tão avassaladora que alguns adversários abandonaram o campo: o Liverpool, o Rampla Juniors e o arquirrival Nacional, no que ficou conhecido como El Clásico de la Fuga tendo Schiaffino como maior causador, com bolsos não voltando do intervalo por temer uma goleada. A genialidade cadenciada desse maestro, seu senso criativo, passes certeiros e gols decisivos, conduziram o Peñarol em quatro títulos do Campeonato Uruguaio. Pela Seleção Uruguaia foi um dos maiores nomes da equipe celestial no triunfo da Copa do Mundo de 1950, ao superar o Brasil, no episódio Maracanazo. Se destacou também em outros clubes, como Milan e Roma. Fazia todas as funções de meio-campo, chegando a ser um líbero, volante ou um meia-ofensivo. Foram 227 jogos e 88 gols pelo Peñarol, quando decidiu se consagrar também pela Europa, sobretudo no Milan. Ele morreu em 2002, aos 77 anos. No mesmo dia de sua morte, o Senado da República Oriental do Uruguai prestou-lhe homenagem. Anos depois, Peñarol fez o mesmo ao comemorar seus 120 anos de glória, lançando o Instituto Juan Alberto Schiaffino. 
Maior protagonista do II Quinquenio de Ouro (Pentacampeonato Uruguayo), Pablo Bengoechea caberia até como titular. Era um jogador de muita classe, técnica e passes precisos. Sabia marcar e atacar com eficiência. Realizou o sonho de jogar pelo clube de coração entre 1993 a 2003, com quase 300 jogos, 82 gols e 8 títulos nacionais. Seus tiros de bola parada eram certeiros e ele foi citado como um dos mais talentosos meias já produzidos no país, ao ponto de lhe chamarem “O professor”. Foi Bicampeão da Copa América ditando o ritmo da Seleção Uruguaia entre 1986 a 97.

Podendo avançar ou criar, temos a lenda José Piendibene. A primeira vez que vestiu a camisa aurinegra foi em 26 de abril de 1908, para nunca mais mudar de cores. “O garoto de Los Pocitos" fez sua estreia convertendo 2 gols. Naquele dia, o "Mestre" deslumbrou a todos. Foi o início de uma carreira de mais de duas décadas defendendo o Carbonero. José Piendibene começou sua atividade no futebol em Buenos Aires, uma área do bairro, e depois se mudou para Peñarol quando tinha apenas 17 anos. Jogou um total de 506 jogos, assinalando 253 gols até o dia da aposentadoria em 1928. Jogador de enorme habilidade, até hoje detem o recorde de presenças nos clássicos, somando 62 jogos e 26 gols, foi o grande artilheiro da Era Amadora. Seu apelido - Mestre - nasceu em uma partida da seleção nacional contra a Argentina, em 29 de outubro de 1911, quando Piendibene marcou dois gols na vitória uruguaia por 3 a 0. No final de reunião, o zagueiro Brown apertou sua mão e disse: "Você é um mestre, garoto”. Lhe batizando ali. Com suas atuações o Peñarol conquistou o campeonato uruguaio seis vezes (1911, 18, 21, 24, 26 e 28). Em 1918, no auge de sua idade, ele fazia parte de uma equipe extraordinária que venceu 3 Campeonatos uruguaios consecutivos sobre o tradicional rival Nacional. Pela Seleção Uruguaia foi campeão sul-americano por três vezes: 1916, 17 e 1920. Juntou-se à equipe 56 vezes, marcando 26 gols (17 contra a Argentina). Em 1924 foi nomeado membro honorário do Athletic Club Peñarol e foi campeão no quinquagésimo aniversário de Peñarol.
Outra excelente alternativa é Severino Varela. Foi um mítico jogador uruguaio dos anos 30 e 40, podendo jogar de ponta, meia-atacante ou centro, que ajudou o Peñarol a estabelecer sua primeira grande hegemonia profissional, com um Tetracampeonato Uruguayo (1935-38). Seus legados também são lembrados no Boca Juniors, ficando conhecido como "Boina Fantasma". Pela Seleção Uruguaia tornou-se o maior goleador uruguaio da história da Copa América, tendo-a conquistado em 1942.


A criação e projeção ofensiva fica por conta de Pedro Rocha. Com sua grande categoria, jogadas cerebrais e ações ambidestras em arremates indefensáveis ou passes perfeitos, El Verdugo foi um maestro a reger o Peñarol em seu reinado nos anos 60. Orquestrou o clube nas conquistas uruguaias de 1960-61-62. Mais tarde repetiu a dose em 1964-65 e 1967-68. Foi figura solene nas conquistas da Copa Libertadores de 1960-61 e 1966, além do Mundial Interclubes de 1961 e 66. Em 1969 foi coroado campeão da Supercopa dos Campeões Mundiais, sendo o artilheiro do torneio com 6 gols. Pela Libertadores de 66, marcou 2x em um dos clássicos da primeira fase, 3 em um dos clássicos da segunda fase e gols nas finais contra o River Plate. Na final do Mundial contra o Real Madrid, abriu o placar em terras espanholas. Ele também tem um excelente capítulo com a seleção uruguaia, defendendo-a em quatro Copas do Mundo (1962, 1966, 1970 e 1974) e um título na Copa América de 1967, com um gol na final contra a Argentina.
Julio César Abbadie. Sinônimo de velocidade, de dribles e provocação. Era um jogador estimado pelas defesas, sempre muito caçado. Defendeu as cores do Peñarol entre 1950 a 56 e entre 1962 a 68, em 468 jogos e marcou 137 gols. Foi 8x Campeão Uruguaio, da Libertadores e Mundial do ano 1966. Na Seleção Uruguaya disputou a Copa de 1954. É um dos grandes ídolos do clube.

 
Foram seis conquistas da Copa Libertadores da América.

Abrimos a poderosa ofensiva com o maior goleador da história da Copa Libertadores da América (54 gols), o equatoriano Alberto Spencer. É dos jogadores mais importantes da gloriosa história Aurinegra. Seu início ocorreu no Everest, cativando dirigentes carboneros para um trajeto perfeito a partir de 1959, quando conquisto o primeiro Uruguayo. Marcador letal e apelidado de "Cabeça Mágica" , foi imprescindível nas conquistas de outros sete títulos Uruguaias (1960, 61, 62, 64, 65, 67 e 68), sendo artilheiro em quatro desses e consumindo um total de 326 pontos. Pela Copa Libertadores, Spencer fez 48 gols com a camisa amarela y negra. Foi o rompedor de redes máximo em 2 edições, tendo contribuído em três conquistas (1960-61 e 66) na fase mais gloriosa do Peñarol. Ficou caracterizado por marcar gols decisivos, assinalando dois na 3º semifinal contra o San Lorenzo/ARG e o único na 1º final contra o Olímpia/PAR. No ano seguinte, colaborou com 2 tentos na vitória frente ao Universitário/PER nas Quartas e novamente marcou na primeira decisão contra o Palmeiras. Em 66, entre outros jogos, marcou na final histórica contra o River Plate em Santiago, Chile. No Mundial foram 2 gols diante do poderoso Benfica na vitória por 5 a 0 e três dos 4 gols contra o Real Madrid em 1966. “Foi uma figura extraordinária que preencheu uma época, mostrando uma impressionante capacidade de definição. Seus duelos contra arqueiros rivais terminaram com seu triunfo e a bola foi para a rede. (...) criou os torcedores para enfrentar a maior emoção do futebol (Memórias da bola, A. Etchandy)”. Foi considerado o maior jogador equatoriano e um dos 20 melhores sul-americanos do século XX pela IFFHS. Faleceu em 2006, em decorrência de um ataque cardíaco. Seu adeus ocorreu no Palácio Peñarol, sob comoção de torcedores caborneros e equatorianos.
Como substituto outra lenda, Juan Hohberg. Foi dos grandes carrascos do Nacional e um dos maiores ídolos da história carbonera. Era um centroavante com excelente posicionamento e força nas divididas, sempre letal para o sucesso, com cerca de 300 gols com a camisa aurinegra. Tinha bom humor e personalidade, foi o fenômeno da Máquina de 1949, protagonista no primeiro Quinquenio de Ouro e importante na primeira conquista da Copa Libertadores. De 1949 a 60, foram 193 jogos com a camisa do Peñarol. Acabou sendo cena marcante da Copa do Mundo de 1954, por apagar e depois recobrar os sentidos, em dividida forte. Marcou 3 gols nesse Mundial.

A lendária dupla de ataque é completada por Fernando Morena. Alguns consideram o “mais importante jogador da história Aurinegra”. Maior artilheiro do Campeonato Uruguaio (230 gols) e segundo maior artilheiro (37) da história da Copa Libertadores, Morena se consagrou pela disposição, integra, nível individual e incrível capacidade de gols. Chegou ao Peñarol em 1973, nos anos seguintes alcançou foi 6x seguidas o artilheiro do Campeonato Uruguaio (de 73 a 78), competição que venceu em seis oportunidades e também se notabilizou como carrasco do Nacional, sendo o maior marcador do clássico. Foi o goleador da Libertadores em 1974 e 75. Em 1978 alcançou recorde duplo: em gols por uma edição do torneio com 36 gols e chegou a marcar 7x num único jogo. Só depois da consagração migrou à Europa. Em 1981 voltou para o Peñarol sob campanha da torcida que pedia seu retorno. Seria no ano de 1982 o maior momento de Morena no clube, alcançando o título uruguaio e nova artilharia, também foi goleador máximo na conquista da Copa Libertadores, com destaque para os gols decisivos diante do Cobreloa/CHI no último minuto da 2º decisão, por fim vencendo o Mundial Interclubes. Após passagem na Argentina, faz novo retorno ao Peñarol para encerrar em 28 de dezembro de 1984 - embora depois tenha um breve retorno na Libertadores-86. Atualmente atua como diretor de relações institucionais e esportivas do Peñarol, como chefe das delegações em viagens para o exterior.
O ponta-esquerda Míguez é opção no banco. Jogador de habilidade, dribles fáceis e travessuras contra os defensores, "El Cotorra" foi 6x campeão uruguaio com Peñarol entre 1948 a 59, com 137 jogos e 107 gols. É outro celebre do histórico time de 1949 e da Seleção Uruguaia campeã do Mundo em 1950, chegou a ser eleito o melhor jogador sul-americano em 1956.


COMISSÃO TÉCNICA:
Hugo Bagnulo. 
Conhecido por Don Hugo, foi o treinador que mais vezes conquistou o Campeonato Uruguayo com o Peñarol, também dirigiu o clube na conquista da Copa Libertadores e o Mundial Interclubes. Buscava sempre melhorar seus jogadores tecnicamente. Dirigiu a Seleção Uruguaya algumas vezes (1956, 1973 e 78) e foi campeão da Copa América/1956.


Roberto Scarone. Foi um dos técnicos mais influentes do futebol Uruguaio. Em seu primeiro ano no Peñarol conquistou o Campeonato Uruguaio de 1959, seriam 7 conquistas no clube, como 2 Libertadores e o Mundial. Seus métodos e tática ofensiva em 4-2-4, fez uma equipe que unia disposição e ofensividade. Deixou o Peñarol em 1962 para integrar a comissão técnica uruguaia na Copa do Mundo.