Fundado em 8 de agosto de 1914, como Madureira Athletico Clube, teve seu nome alterado para Madureira Esporte Clube, em 1933 quando um grupo de comerciantes do bairro assumiu e ressignificou o clube. O menos laureado dos ditos "Primos Pobres" do futebol carioca, tem uma tradição constante em revelar nomes para o futebol nacional. Desde os chamados "Três Patetas", o mítico trio formado por Isaías, Lelé e Jair Rosa Pinto, que começaram a carreira pelo Madureira, antes de ir ao Vasco em 1942, até o "Pé de Anjo", sim, Marcelinho Carioca, foi ainda bem novo para o Flamengo, mas é uma cria das categorias de base suburbana!
O bairro eternizado na letra do samba de Arlindo Cruz, tem no seu clube um dos seus maiores orgulhos. Vale ressaltar algumas marcas curiosas:
O recorde brasileiro de permanência de um clube no exterior pertence ao Madureira, quando realizou 36 jogos em 144 dias no ano de 1961, viajando pela Europa, Ásia e Estados Unidos, obtendo 23 vitórias, 3 empates e 10 derrotas, marcando 107 gols, média de quase 3 gols por partida, sendo o primeiro clube de futebol brasileiro a visitar o Japão e Hong Kong, nesta excursão. Foi também o primeiro clube latino-americano a visitar a China comunista.
O grande craque Evaristo de Macedo, astro no Barcelona e no Real Madrid, um dos maiores nomes do futebol mundial, começou no Madureira em 1950, onde jogou por dois anos.
Em 2006, o Madureira, comandado por Alfredo Sampaio, sagrou-se vice-campeão carioca da 1º Divisão de profissionais, tendo conquistado ainda nesse campeonato, a Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca.
Eis a seleção dos maiores nomes que passaram pelo clube:
No gol, temos Acácio, goleiro que esteve presente na Copa do Mundo de 1990, e na seleção brasileira campeã da Copa América em 1989. Jogou pelo Madureira já em final de carreira, em 1995, mas deixa sua marca como o mais importante arqueiro da história tricolor.
Nas laterais, pela direita o icônico Iranildo, que teve passagens pelo Botafogo de 1995 e pelo grande elenco que o Flamengo montou em 1996. O polivalente que podia jogar de meia, volante e lateral, começou profissionalmente pelo Madureira. Pela esquerda, temos um nome ainda em atividade, Moisés, que jogou o Campeonato Brasileiro de 2019 pelo Bahia. Moisés atuou em boa parte da carreira pelo Corinthians e tem passagens pelo Madureira tanto na base, quanto pelo profissional.
No miolo de zaga, o grande Odvan, um zagueiro-zagueiro, raiz como diz a nova terminologia. Teve a sua primeira passagem pelo Madureira em 2006 e retornou em 2007 e 2008, intercalando suas passagens por outros clubes. Seu companheiro é Léo Fortunato, que começou sua carreira pelo Madureira onde é considerado ídolo tendo três passagens pelo time carioca. Tanto destaque pelo Madureira fez com que despertasse interesse do Cruzeiro que acabou o contratando em 2007, porém não teve seu espaço e acabou sendo emprestado para o Braga de Portugal, Vitória e Boa Esporte. Após ter seu contrato encerrado com o time celeste foi jogar em times fora do país.
O meio-campo, começa com outro nome ainda em atividade, e que também foi lançado profissionalmente pelo Madureira, Maicon Thiago Pereira de Souza, mais conhecido como Maicon, atua como volante. Atualmente joga pelo Grêmio. Maicon logo assumiu a posição no clube gaúcho, onde virou titular absoluto e líder da equipe, sendo o carro chefe dos gaúchos na conquista do penta campeonato da Copa do Brasil, em 2016. Com isso, o Grêmio se tornou o maior campeão da competição, ficando conhecido como o "Rei de Copas".
No médio central, a grande estrela, Didi, bicampeão com a seleção brasileira, ele começou a ter destaque no futebol carioca, após sua passagem pelo Madureira entre 1947 e 1949, de onde saiu para o Fluminense, para se lançar pelos capítulos mais conhecidos de sua brilhante história no futebol.
Mais aberto pela esquerda, temos o genial Jair da Rosa Pinto. Um dos principais futebolistas brasileiros das décadas de 1940 e 1950. Foi um dos principais ídolos da história de Flamengo, Palmeiras, Santos e Vasco. Começou a carreira profissional no Madureira, atuando como meia-esquerda, em 1938, quando formou um trio com os jogadores Lelé e Isaías, conhecido como Os Três Patetas. O trio fez tanto sucesso que acabou sendo contratado pelo Vasco da Gama em 1943, onde participou do Expresso da Vitória, considerado um dos maiores elencos da história do clube. Pelo Vasco fez, 71 jogos, com 44 vitórias, 18 empates e nove derrotas, marcando 27 gols (média de 0,39 gols por jogo).
O ataque é pura arte e história, aberto pela direita, Manuel Peçanha, ou Lelé, Tinha no chute de perna direita um verdadeiro canhão que atemorizava os adversários e foi o artilheiro do Campeonato Carioca de 1945, marcando 13 gols. Revelado pelo clube em 1939.
Isaías, outro nome da safra de 39, é bem lembrado pelo seu gol de letra em Romualdo Sperto "Gijo", numa de suas últimas partidas por Madureira, vencendo o Fluminense FC 4-1. Pelo Vasco, sob a orientação de Ondino Viera, o nascente Expresso da Vitória, ganhou o Campeonato Carioca de 1944, onde marcou sete dos 53 gols da sua equipe. Em março de 1944 jogou duas vezes pela seleção na Taça Expedicionária Brasileira. O Brasil venceu nas duas partidas contra o Uruguai no Rio em São Januário, onde marcou um gol, e em SP no Morumbi, pelos placares de 6-1 e 4-0. Também fez parte da seleção Carioca nos jogos do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais.
Por último, o grande Evaristo de Macedo, É, até hoje, o único jogador a fazer uma "Manita" (ou seja, a marcar 5 gols numa mesma partida) com a camisa da Seleção Brasileira. Isso ocorreu em 1957, no Campeonato Sul-Americano daquele ano, quando o Brasil goleou a Colômbia por 9 a 0. Evaristo de Macedo jogou pelo Madureira, Flamengo, Barcelona e Real Madrid, sendo um dos melhores jogadores brasileiros em todos os tempos, consagrado também como um dos mais laureados treinadores do futebol brasileiro. Ele mora no Rio de Janeiro desde que se aposentou do futebol, em 2007. Nascido no dia 22 de junho de 1933 na capital fluminense, Evaristo começou a carreira de jogador no Madureira em 1950. Dois anos depois, ele já estava no Flamengo, onde foi tricampeão carioca em 1953, 1954 e 1955 sob o comando do mestre paraguaio Fleitas Solich. Formou-se em Educação Física pela Universidade Federal da Guanabara.