A época se inicia com a reunificação da Alemanha e o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Conflitos, golpes militares e revoluções são presentes, como as operações militares da Guerra do Golfo em território iraquiano, feita pelas forças armadas dos EUA. Em vários países da América ocorrem comemorações aos 500 anos do Descobrimento do continente. Outro ocorrente notável foi o fim do Apartheid na África do Sul (Nelson Mandela se tornaria o primeiro presidente negro nesse país) em 1994. Após a desintegração da Iugoslávia e uma etapa de quatro anos de guerras, a Bósnia cessará conflito. O fim do século terá ainda a Guerra do Kosovo no leste europeu e a França com seus testes nucleares. Na Economia serão criados o tratado da União Europeia, com o euro circulando em 11 países da Europa, e o plano real controlando a inflação no Brasil. Estamos na época das grandes tecnologias, entre 1995 a 97, a Microsoft lança o sistema operacional Windows 95, também se conhece o DVD e ocorre a fundação da empresa Google. Ainda nesse período, a ciência atua forte com alimentos transgênicos e a  realização do primeiro processo de clonagem de um mamífero (a ovelha Dolly). O som do período fica por conta de de Prince, Michale Jackson e a banda Oasis. 

Os esportes apresentam o pan-americano em Cuba, a marcante Olimpíada na Espanha em 1992, e a nota triste da perda de um dos mais brilhantes pilotos automobilísticos da história, Airton Senna. No futebol o Brasil alcança o Tetracampeonato da Copa do Mundo e a França conquista seu primeiro Mundial. Com uma reorganização estrutural, a Liga dos Campeões se solidifica como o maior torneio de clubes; já na Copa Libertadores da América os times brasileiros passam a se preparar melhor e com mais força na competição. Certamente seja o período com mais igualdade de produção técnica, preparação física e evoluções tácticas (com Cruyff revolucionando do banco). Vamos então para a seleção, uma homenagem com os possíveis jogadores mais emblemáticos entre 1990 a 2000. A organização tática é a que melhor adequou as lendas (4-4-2). Confira:



 


Na proteção do gol, temos o gigante Peter Schmeichel. Suas defesas acrobáticas assustavam, mas faziam parte do seus shows, pois sempre dava a certeza da segurança. Com 1,93 de estatura, 108 kg e uma envergadura enorme, o goleiro dinamarquês intimidava e deixava os atacantes sem ângulo ao enfrenta-los frente a frente. Se os arremates ocorressem de longe, seus saltos eram incríveis, uma elasticidade maravilhosa. Na marca da cal, um pegador de pênaltis nato. A personalidade de líder e frieza em momentos decisivos fizeram dele um personagem distinto, um dos melhores goleiros de todos os tempos. Com o Manchester United a Liga dos Campeões, 5 Campeonatos Ingleses, sendo eleito o melhor goleiro do século da história da competição (1907-2007). “Great Dane” também conquistou o Campeonato Português pelo Sporting e com a Seleção Dinamarquesa triunfou na Eurocopa. Condecorado 4x o melhor goleiro da Europa, algumas vezes do mundo (1992 e 93) e até da história em 2001. Muito homenageado em seu país, também entrou para o Hall da Fama do futebol inglês.

Pela Lateral-direita, optamos pelo incansável Cafu. A carreira vencedora do forte, talentoso e veloz lateral/ala começou no São Paulo, aprendendo com o Mestre Telê e vencendo desde estaduais, Brasileiro, Supercopa e, claro, Libertadores e Mundial, ao qual foi eleito muitas vezes para a Equipe do ano na América (El País), inclusive o melhor jogador sul-americano em 1994. Fez parte ainda do Palmeiras na Era Parmalat. Na Europa, pela Itália, fez história na Roma como Il Pendolino ('o trem expresso'), 
se tornando um dos maiores ídolos do clube e fundamental na conquista do Campeonato Italiano, depois no Milan ganhou Mundial, Liga dos Campeões, Campeonato Italiano, entre outros, sendo eleito o melhor lateral direito da Europa 2x. É, sobretudo, pela Seleção Brasileira que se tornou um dos mais importantes jogadores da história, sendo o atleta que mais vestiu a camisa canarinho, campeão de 2 Copas do Mundo (1994 e 2002), 2 Copa América, Copa das Confederações e também o único do mundo a disputar três finais seguidas de Mundiais (94-98-02).

Formando a zaga, começamos com a versatilidade e proteção do alemão oriental Matthias Sammer. De início como volante fez um ótimo papel pelo Dynamo Dresden e Stuttgart, dado sua qualidade técnica e capacidade em defender, criar e atacar. Não seria constante na Itália, pela Internazionale. Mas teria na volta ao país natal, então reunificado, fazendo o recuo para líbero que atingiu o auge: nessa etapa pelo Borussia Dortmund conquistou 2x o Campeonato Alemão e a Liga dos Campeões da UEFA, sempre como o principal nome da equipe e do futebol alemão. Na conquista da Eurocopa de 1996 com a Seleção da Alemanha, o “cabeça de fosforo” seria eleito o melhor jogador da Europa, recebendo a Bola de Ouro. Infelizmente, devido as muitas lesões, decidiria por encerrar a carreira precocemente, aos 31 anos, antes da Copa do Mundo de 1998.

Para completar a defesa, temos o excepcional  Paolo Maldini. Certamente um dos melhores defensores da história do futebol em todos os tempos, um jogador de pura classe, elegância, técnica refinada, capitão marcante, voz altiva e quase intransponível diante dos atacantes. Seja como lateral ou zagueiro, Maldini foi símbolo da mais perfeita escola de defensores italianos: seus desarmes eram precisos, seu posicionamento e antecipação impecáveis, sabia fazer toda a leitura defensiva, cobertura coesa e bloqueios pontuais. Dedicou sua vida ao Milan, ganhando 5 Liga dos Campeões da UEFA, 3 Mundiais Interclubes, 7 Campeonatos Italianos, entre outras taças. Incrivelmente nunca venceu um título com a Itália, mas seus desempenhos com a camisa da Azurra foram igualmente impecáveis, tanto que foi eleito 2x para o All-Star Team de Copas do Mundo e 3x na Equipe Ideal da Eurocopa. Também foi condecorado o jogador do ano 1994 (Word Soccer) e o segundo melhor jogador do Mundo em 1995 pela FIFA. Formou diversas equipes eleitas por temporadas na Europa.

Pela Lateral-esquerda aparece Roberto Carlos. Poucos laterais tiveram tanto destaque mundial quando ele em uma época. Apesar da pouca estatura, era um atleta de físico privilegiado, muito forte e incansável, que conseguia dominar todo o lado esquerdo do campo, da defesa ao ataque. Ótimo marcador, costumava aparecer na frente com um preciso cruzamento ou um arremate poderosíssimo, que era um temor as barreiras (nas faltas cobradas) e aos goleiros adversários. Ganhou destaque desde seu início no União São João, apareceu com notoriedade no Palmeiras, ajudando na conquista de 2 Campeonatos Brasileiros e estaduais. Na Europa alcançaria seu auge, depois de apagada passagem pela Itália. Por mais de uma década defendeu a camisa do Real Madrid, onde ganhou tudo: 3 Liga dos Campeões, 2 Mundial Interclubes, 4 Campeonato Espanhol, etc. Disputou 3 Copas do Mundo com a Seleção Brasileira, sendo vice em 1998 e conquistando a de 2002, além de aspirar 2 Copas América e 1 Copa das Confederações.

Com sua Classe, categoria, domínio de bola impecável sem descuidar da marcação precisa, Fernando Redondo é o volante escolhido para a equipe. Sua técnica refinada impressionava, foi uma das grandes crias do Argentinos Jrs e seguiu para torna-se o príncipe do Real Madrid. Sendo notável nas conquistas de 2 Liga dos Campeões, 1 Mundial e 2 Campeonatos Espanhóis. Também teve passagem pelo Milan, conquistando novamente a Liga dos Campeões e o Campeonato Italiano. Foi dos maiores personagens da história argentina, ajudou nas conquistas da Copa América e das Confederações no começo da década de 90. Chegou a ser eleito o principal jogador latino da década, além de enquadrar nas premiações dos clubes onde passou.

 
"Se você tem a posse da bola, precisa fazer com que o campo seja o maior possível, mas se você não tem, precisa fazer com que fique o menor possível". - Johan Cruyff.

"Atingir a perfeição é impossível. Mas aproximar-se cada vez mais dela, não". - Telê Santana.

"Não posso acreditar. Não posso acreditar. Futebol. Que coisa!"  - Alex Ferguson.
 
A nossa equipe tem jogadores de muita técnica, mas nenhum talvez seja comparável a Zinédine Zidane. Nosso meio-campo chega ao sublime com esse astro francês, a expressão perfeita do gênio, do perfeccionismo em toques de refinamento e da classe magistral, a pureza da arte com gestos harmônicos e jogadas impecáveis no campo. A bola parecia descansar ao encontrar Zizou, suas passadas largas em direções objetivas, seus giros sob a redonda eram magníficos, passes primorosos e chutes precisos. Foi ídolo por onde passou, na França por Cannes e Bordeaux, mas se imortalizou pela Juventus, onde ganhou 2 Campeonatos Italianos, o Mundial Interclubes, entre outros títulos, e por Real Madrid já no século XXI, vencendo a Liga dos Campeões, Mundial e o Campeonato Espanhol. Ainda pelos anos 90, Zidane deu a França seu primeiro título de Copa do Mundo e venceu a Eurocopa, tornando-se o mais importante jogador francês de todos os tempos. Foi o jogador clássico dos tempos modernos.

Nosso meio-campo tem ainda o talentoso Michael Laudrup. Considerado o melhor jogador dinamarquês de todos os tempos, seu talento despontou cedo, já aos 18 anos. Pouco depois já era considerado o melhor jogador de seu país, lideraria uma grande geração chamada “Dinamáquina” na Copa do Mundo de 1986 e mais tarde na conquista da Copa das Confederações. Se destacou pelo preparo físico, visão de jogo privilegiada, inteligência e talento, seu dinamismo era rápido, distribuía assistências decisivas e um jogo coletivo que melhorava toda a equipe, todos que estavam a sua volta. Passou por Juventus (campeão mundial e italiano), Lazio, Real Madrid (campeão espanhol), Ajax (campeão holandês), mas seria no Barcelona sua melhor fase, ajudando o clube a renascer com grandes conquistas, venceu a Liga dos Campeões e por 4x La Liga, sendo destaque em todas. Foi eleito o melhor jogador estrangeiro do futebol espanhol no período de 25 anos (1974–99) e um dos melhores jogadores da história (IFFHS). Para Franz Beckenbauer " Pelé foi o melhor nos anos 60, Cruyff nos anos 70, Maradona nos anos 80 e Laudrup nos anos 90".


Mais um maestro nesse meio-campo, o divino italiano Roberto Baggio. Marcado pelo pênalti perdido na final da Copa do Mundo de 94,  Baggio foi muito além desse episódio, era um jogador genial e para muitos o melhor italiano de todos os tempos. Possuía uma habilidade rara, muita inteligência nas decisões, com dribles curtos, passes perfeitos e chutes indefensáveis. Ironicamente ganhou poucos títulos na carreira, chegando a passar por Vicenza, Milan (campeão Italiano), Bologna, Internazionale e Brescia, seria jogando por Fiorentina de 1985 a 90 e Juventus entre 1990 a 95 (conquistou 1 Campeonato Italiano, 1 Copa UEFA e 1 Copa Itália), que agregou seu melhor. Eleito o melhor jogador do Mundo pela FIFA e UEFA em 1993, também foi condecorado na equipe ideal da Copa de 1994 e na seleção do século da Azurra no final do século XX, entre outros prêmios. Tinha muita vocação ofensiva, ao ponto de ser o único italiano a marcar em três Copas do Mundo distintas e ultrapassar a marca dos 300 gols na carreira.

Começamos nosso extraordinário ataque, simplesmente, com Ronaldo, o fenômeno. Sua trajetória foi um misto de genialidade e superação, o genial atacante possuía arrancadas irresistíveis e imparáveis, que usavam de força física e dribles desconcertantes. Provou em um sistema mais solto como a Espanha e também no implacável Calcio Italiano. Centroavante de dribles curtos, mas também de velocidade e raciocínio rápido, não se limitava a jogar dentro da área e seus lances desmoralizavam sistemas defensivos. Obteve grande destaque no PSV, no Barcelona seria eleito o melhor do mundo (96) e na Internazionale ganharia o apelido de fenômeno (melhor do mundo 97). Na Seleção Brasileira talvez seja o centroavante mais importante de todos os tempos. É o segundo maior artilheiro das Copas (15 gols), duas vezes Campeão do Mundo e uma vez vice (quando foi o melhor jogador do Mundial), disputou 4 Copas, além de obter títulos da América (2) e das Confederações. Soube se refazer após as graves lesões, mesmo não tendo mais sua explosão física, assim obteve alto desempenho no Real Madrid. Antes do fim da carreira, mesmo fora de forma, deu tempo de brilhar no Corinthians. Talvez seja o único jogador da história a passar por uma gravíssima lesão e depois torna-se um dos melhores do planeta em uma Copa do Mundo (02). Assim, pela década de 90, Ronaldinho se tornou um dos centroavantes mais perfeitos da história, seja pelas jogadas individuais e artilharias.

Como nos sonhos de muitos, ao lado do fenômeno, escalamos o baixinho Romário. Polêmico, avesso a treinamentos e rigidez tática, porém, um centroavante genial dentro da área, matador e letal, icônico da conquista do Brasil na Copa do Mundo de 1994, com um dos melhores desempenhos individuais em Mundiais e eleito o melhor jogador do mundo aquela temporada. Pela seleção ganhou ainda 2 Copas América e a Copa das Confederações. Romário tinha uma técnica absurda, agilidade nas ações, sempre conseguia estar no momento certo e definia com muita precisão. Sua carreira inicial e maior desempenho geral ocorreu no Vasco, sendo marcado por títulos (Brasileiro, Mercosul, estaduais) e artilharias; também se destacou no Flamengo (um dos 5 maiores artilheiros do clube, ganhou estaduais e a Mercosul) e alcançou artilharia do Brasileiro pelo Fluminense. Na Europa marcou época no futebol holandês, venceu 3 Campeonatos Holandeses como o melhor jogador do país pelo PSV, seria no Barcelona seus maiores feitos: melhor do mundo, campeão de La Liga e melhor jogador do futebol Espanhol. Foram quase 30 artilharias em competições diversas, sejam campeonatos estaduais, nacionais, internacionais ou mundiais, na Europa, pela Seleção e dentro do país. Johan Cruyff o definiu como “o gênio da grande aérea”. Definitivamente um dos melhores jogadores de todos os tempos.

EQUIPE ALTERNATIVA (SUPLENTES)

Preud'homme
Thuram - Koeman - Hierro
Baresi - Lothar Matthaus
Hagi Rivaldo

Stoichkov - Baptistuta - Bergkamp

OUTROS NOMES COGITADOS:
Dessaily, Frank de Boer, Blanc, Bergomi, Lizarazu, Rijkaard, Francescoli e Savicevic.

Comissão Técnica:


Johan Cruyff
Alex Ferguson & Telê Santana