Estamos na fase do individualismo, da ascensão de regimes ditatórias em partes da Europa e da América Latina. As mídias televisas escancaram escândalos de cunho pessoal e politico. É um período cheio de revoluções (Portugal, Nicarágua, Iraniana), golpes militares (como de Pinochet) e guerras (Vietnã, Afeganistão, Irã). A União Soviética forma o exército vermelho e  alcança prosperidade econômica, inflando a luta ideológica. Os Estados Unidos se retiram da guerra do Vietnã, mas mantendo forte oposição no bloco. A crise do petróleo afeta a economia, com o aumento dos preços e a escassez de combustíveis no mercado mundial. Os avanços da tecnologia mostram o lançamento do primeiro microprocessador do planeta (pela Intel). Na França é lançado o primeiro avião supersônico comercial (Concorde) e no espaço a missão Marte da sonda Viking I. São incorporados experimentalismos na música: discotecas, dance, Punk (anarquismo), o rock progressivo e o hard rock, que compreende o fim do ciclo dos Beatles e a morte de Elvis Presley.

Em meio a agitação e conflitos, o futebol se apresenta como uma era de inovações, auge de revoluções, crescimento de novas potenciais futebolísticas e craques geniais que estão no Panteão dos Deuses da Bola. O jogo se torna cada vez mais físico, a morte do catenaccio também marca a maior revolução tática da história, o futebol total. Sua popularização como uma desordem organizada, sem posições fixas no campo, ocorrerá na Copa do Mundo, onde a disciplina alemã também triunfará. Ao fim da década teremos um renascimento de vitórias na América do Sul e uma rememoração do jogo bonito ou futebol arte.
Vamos então para a equipe, uma homenagem com os possíveis jogadores mais emblemáticos entre 1970 a 1980. A organização tática escolhida é a que melhor adequou as lendas (4-4-2 ou 4-3-3). Confira:


 

O guardião da meta é Sepp Maier, considerado o melhor goleiro  da história alemã e um dos melhores que o mundo já presenciou. A cara de mal – apesar do ótimo senso de humor –, as mãos enormes e a loucura de não temer nenhuma dividida com os adversários, lhe fizeram uma figura distinta. Sua agilidade e enorme reflexo lhe renderam o apelido de Die Katze, o Gato. Dotava de grande impulsão, excelente antecipação ao diminuir o ângulo dos atacantes e ótima colocação, foi eleito o melhor jogador da Alemanha por 3x. O Anjo Irônico (Maier), ao lado de Beckenbauer & cia, ajudou o Bayern München a ser um dos esquadrões mais respeitados do mundo. A Seleção Alemão contou com suas defesas na conquista da Copa do Mundo (74) e da Eurocopa (72). Em 95 jogos com a camisa alemã, ficou 38 jogos sem sofrer gols.

Na parte direita da defesa temos Ruud Krol, uma figura notável da revolução holandesa, capaz de executar com enorme qualidade várias posições, como lateral-esquerdo e direito (posição escolhida na nossa adaptação), zagueiro e líbero. Foi um defensor diferenciado, com a cabeça erguida se lançava ao ataque ajudando na pressão, com passes e fazendo seus gols; tudo sem descuidar da retaguarda da equipe. É um dos maiores ídolos do Ajax (1968-80), se consagrando ao lado de Cruyff & outras lendas na fase dourada do clube. Pela Seleção Holandesa foi por anos o recordista de jogos (83 partidas), sendo 14 em Copas do Mundo, participou das campanhas em vice-campeonatos mundiais de 1974 e 78.


A zaga se resguarda pelo melhor jogador chileno de todos os tempos, El Colosso Dom Elias Figueroa. Suas virtudes eram inúmeras, defensor extremamente técnico, elegante e leal, possuía antecipação precisa nas ações, um jogo aéreo forte, desarmes impecáveis e era quase impossível vence-lo no mano a mano, como o mesmo dizia, ele era o dono da área. A liderança foi marca, era um capitão muito aguerrido e valente. Marcou época no Peñarol (Bicampeão Uruguaio e da Recopa Mundial), tornou-se dos maiores ídolos do Internacional, conquistando dois Brasileiros e diversos gaúchões, e fez história em alguns clubes chilenos, como o Palestino e Colo-Colo. Com a Seleção Chilena disputou três Copas do Mundo, se destacando principalmente em 1974. Ganhou muitas premiações, por 3x foi eleito o melhor jogador Sul-Americano (El País) e um dos melhores zagueiros do mundo pela FIFA. Seu lema era: "A grande área é minha casa. Aqui só entra quem eu quero". É possivelmente o melhor zagueiro da história do futebol sul-americano.


Para completar a proteção defensiva outro lendário capitão, o argentino Daniel Passarella. Apesar de ser baixinho, tinha uma impulsão surpreendente e ótima colocação, quase sempre levando vantagem por cima, lhe favorecendo também a marcar gols de cabeça. No térreo era ainda mais notável, saia jogando de peito estufado e olhos atentos, sempre de forma categórica. Atuando como líbero ou zagueiro, foi um jogador que unia qualidade e muita raça, sendo um dos maiores nomes da história argentina, Campeão do Mundo em 1978 e 86. Forte e intimidador, cobrava  faltas com precisão. Tornou-se um patrimônio do River Plate, conquistou 4 Campeonatos Argentinos e foi idolatrado pela Fiorentina. Através de enquetes foi eleito na Seleção Argentina de Todas as épocas (AFA) e na Seleção Eterna da América do Sul.

No lado esquerdo um jogador versátil, habilidoso, cheio de atitude e personalidade, o alemão Paul Breitner. Apesar de sua rebeldia excêntrica, sua visão estratégica em campo foram notáveis, tinha marcação robusta e sua eletricidade em campo era energia das suas equipes. Inflamava o coletivo e possuía chutes certeiros. Foi um dos maiores personagens do Bayern München, conquistando todos os títulos possíveis da época, como a Bundesliga, Liga dos Campeões e o Mundial Interclubes; também se destacou pelo Real Madrid, vencendo La Liga. Na Seleção Alemã é uma das maiores esferas técnicas-táticas, mais um da geração Campeã do Mundo e da Eurocopa.

O maior defensor da história foi também a maior glória do futebol alemão, Beckenbauer aparece nessa equipe de sonhos como protagonista da época e um dos panteões do futebol em todos os tempos. Líder nato, corajoso, gênio completo, dotado de técnica impressionante e marcação implacável, o Kaiser enxergava o jogo com raciocínio instantâneo, um estrategista que sempre estava um passo a frente dos adversários. Fosse como zagueiro ou líbero, era capaz de lançamentos perfeitos, diminuía os espaços do campo com seu posicionamento e tinha presença ofensiva notável. Beckenbauer foi o líder do Bayern München em seu momento máximo, construiu um trono na Europa e no Mundo, tornando-se a maior referência dos bávaros.

 
Talento, Genialidade, Força e Gols
formam a mistura dessa ofensiva maravilhosa! 
  

Pelo meio e avanço adaptado pela direita, escolhemos Kevin Keegan. No proveito de sua velocidade, capacidade de criação ou definição (marcou cerca de 200 gols na carreira), foi um jogador de muitos recursos e isso fez dele 2x o melhor jogador da Europa, quando condicionou o Liverpool a três Campeonatos Ingleses e a conquista da Liga dos Campeões, na época considerado o melhor jogador da Inglaterra. Foi o primeiro jogador inglês superstar e de holofotes na mídia moderna. Na Alemanha conseguiu grande performance pelo Hamburgo, eleito o principal jogador & Campeão Alemão do ano, foi um ídolo do clube. Capitão da Inglaterra na Euro-80, sem estar nas melhores condições físicas tentou elevar a Seleção Inglesa às finais da Copa do Mundo de 1982.

Atuando em todas as posições do campo, depois dele o futebol nunca mais seria o mesmo. A mais brilhante mente desse esporte em todas as épocas, revolucionou para sempre o jogo, Johan Cruyff foi o gênio total e personagem máximo da época. Considerado o melhor jogador europeu do século XX e um dos melhores de sempre, o camisa 14 era dotado de uma habilidade incomum, uma técnica perfeita, uma estética de jogo impressionante. Jogador cerebral, Cruyff foi de uma eficiência sublime, um senso coletivo sem igual e estabeleceu uma revolução total, um jogo ao qual ninguém tinha posição física, mas tudo fazia sentido para o objetivo.  É considerado o maior personagem histórico do Ajax, onde conquistou 3 Liga dos Campeões, o Mundial Interclubes e 8 Campeonatos Holandeses, entre outros, e um dos maiores do Barcelona, como jogador campeão de La Liga e técnico implementou novas ideias de jogo. Além de campeão no Feyenoord. Liderou e regeu uma das melhores seleções da história, a Holanda de 1974, no vice-campeonato Mundial.

Pela meia ou avanço esquerdo, outra expressão de técnica, categoria e habilidade, Roberto Rivellino. O homem do elástico, da patada atômica, jogador magistral de dribles mágicos e lances de tirar o folego. Suas matadas de bola impressionavam,  seus dribles curtos atordoavam os adversários, tinha uma visão de jogo periférica, chutes poderosos de todas as distâncias ou faltas, e intelecto na criação. Ídolo do Corinthians (virou o Reizinho do Parque) e do Fluminense (conduziu uma Máquina aos títulos), inspiração de Maradona, já meteu entre as pernas de Beckenbauer, é dos maiores gênios do futebol brasileiro. Foi campeão do Mundo com o Brasil em 1970 e atuou nas campanhas das Copas de 1974 e 78. Entrou na Seleção Sul-Americana de todos os tempos.

Com variação entre o meio-campo e o ataque, optamos pelo melhor jogador peruano de sempre, Teófilo Cubillas. Foi um futebolista de rara habilidade, excelente manuseio da pelota e de virtudes individuais e coletivas. Com dribles desconcertantes, distribuição de passes e tabelas, além de um faro de gol (marcou cerca de 300), o peruano se destacou em meio a muitos craques mesmo atuando por um país sem grandes tradições. Altíssimo no Alianza Lima (conquistou 4 Peruanos, ajudou reerguer o time após um acidente aéreo), elevou a Seleção Peruana nas Copas do Mundo marcando 10 gols ao longo de três participações (1970, 78 e 82); na Copa América conquistou o título (75) e foi eleito o melhor jogador da competição. Dentre suas condecorações, foi artilheiro da Copa Libertadores e o melhor jogador da América do Sul.

Na posição de centroavante um dos gênios mais completos e letais da história, Der Bomber Gerd Müller. Sua colocação precisa, movimentação aguçada e chutes certeiros para gols, foram mais de 600 marcados, 68 deles em 62 jogos pela Seleção Alemã, fizeram do pequeno troncudo alemão um goleador imparável e fulminante. Sinônimo de pânico para os goleiros, Müller era um centroavante completo, de destreza, perspicácia e esperteza. Reuniu todas as honras com o Bayern de München, vencendo quatro Campeonatos Alemães, o Tricampeonato da Copa dos Campeões da Europa, o Mundial Interclubes, entre outras taças. Der Bomber foi um jogador extremamente decisivo e alcançou muitos recordes, como artilheiro 7x da Bundesliga, 2x da Europa, da Liga dos Campeões em 4 ocasiões, da Copa do Mundo com incríveis 10 gols numa edição, além de ser eleito o jogador alemão do ano 2x e o jogador europeu do ano. Campeão da Euro (72) e da Copa do Mundo (74), por muitos anos foi o maior artilheiro dos Mundiais (14 tentos em 13 jogos), e é um dos maiores nomes do futebol alemão e da história do futebol.

TIMES II

Dino Zoff (Itália)

Berti Vogts (Alemanha) - Luis Pereira (Brasil) - Chumpitaz (Peru) - Tarantini (Argentina)
Neeskens (Holanda)
Bochini (Argentina) - Platini (França) - Falcão (Brasil) - Kempes (Argentina)
Oleg Blokhin (URSSR)

COMISSÃO TÉCNICA:


Rinnus Michells
Bob Paisley / Ernst Happel