A capital espanhola vivenciava significativa mudança politica, a transição da ditadura franquista para à democracia liberal, embora de forma pacifica, causava agitação nas camadas sociais e culturais do país, e nem mesmo o futebol ficou ausente de incorporar essa transformação. O povo espanhol viu brotar uma nova mentalidade de jogo, menos conservadora e mais rebelde, emergida pelo Real Madrid, na equipe de epiteto La Quinta del Buitre.
DAS CANTERAS SURGE ‘LA QUINTA DEL BUITRE’.
Naquela mesma etapa, de forma impressionante, a equipe do Castilla (a filial B do Real Madrid, a única na categoria a conseguir tal feito), liderada por cinco jovens talentosos, sagrava-se campeã da Segunda divisão Espanhola, sob as ordens de Amancio Amaro (ídolo do clube na ultima conquista internacional). De tal modo que o jornalista Julio César Iglesias, redigiu um artigo, dia 14 de novembro de 1983, no diário El País, com a manchete “Amancio y La Quinta de El Buitre”, destacando o surpreendente desempenho dos promissores Pardeza, Sanchís, Míchel, Martín Vázquez e, principalmente, o abutre (diminutivo do nome) Butragueño. Era a semente da reconstrução!
A nova expressão de jogo, contudo, demoraria mais um pouco para brilhar em La Liga (Campeonato Español), e as inconstantes campanhas, somadas, custaram mudanças na comissão técnica: apesar da contribuição na promoção dos jovens e a qualificação à Copa da UEFA, Di Stefano seria trocado por Amâncio, no inicio da temporada 1984-85. O novo treinador era visto como um elo de entrosamento da Quinta, mas a amarga derrota para o Barcelona por 3 a 0, na primeira rodada, em pleno Santiago Bernabéu, demostrava um caminho árduo. E foi mesmo. Ao final da temporada o Real ainda ficaria mais um ano distante do título máximo na Espanha (o campeão foi o arquirrival Barcelona). Mas sem qualquer sentimento negativo. As concentrações se voltaram para outra competição.
A INÉDITA CONQUISTA DE COPA UEFA.
Mostrando-se um grande adversário, na terceira fase, o Anderlecht (de Munaron, Olsen, Vercauteren, Scifo e Vandersmissen) pareceu liquidar o Real ao aplicar 3 a 0, na Bélgica. A equipe Madridista, porém, fez valer seu espetacular jogo novamente em casa, numa forte reação iniciada aos 3’, com Monolo Sanchís (testando a pelota) e Butragueño (iniciando seu show particular também de cabeça!). A desvantagem foi igualada no oportunismo de Valdano aos 29’. A reação belga aconteceu, mas foi superada aos 39’: Butragueño fez grande jogada e cruzou rasteiro para Valdano, livre, fazer a vibração da torcida madrilena (4x1). Antes do encerrar inicial, aos 47’, o Abutre Butragueño pega uma sobra e arremata para fazer o que parecia impossível, a virada (5x1)! A segunda etapa tem o controle espanhol e Brutragueno ainda faria outra grande jogada fechando os sonoros 6x1! A torcida ficou em estase com o Abutre. Na sequencia uma simples, porém, eficiente classificação do Real nas quartas de final diante do Tottenham de Ray Clemence e Glenn Hoddle. Com um gol contra (Perryman) veio à vitória de 1x0, no White Hart Lane (Londres). Bastou o empate na Espanha (com o pobre Perryman expulso), para levar os brancos às Semifinais.
O maior desafio para o Real Madrid se apresentou nas Semifinais. A Internazionale dotava de uma squadra poderosa com Zenga, Bergomi, Giuseppe Baresi, Brady, Rummenigge e Altobelli. Os italianos construíram 2 a 0 em Milão, dia 24 de abril, numa derrota que custou a demissão de Amâncio.
Para o seu lugar foi chamado Luis Molowny. A preocupação aumentava com as baixas dos lesionados Butragueño, Angel e Sanchís. Seria o clube espanhol capaz de mais uma reviravolta? Juanito respondeu revivendo a frase mítica que os brancos usavam na temporada 55/56: “Noventa minuti en el Bernabéu son molto longo!”
Em Madrid, induzindo o futebol a categoria de arte, com rapidez e gols de sonho, o Real construiu uma das paginas mais emblemáticas de sua história. Santillana assinala duas vezes (aos 9’ resolvendo um burburinho na área depois de um centro de Chendo da ala esquerda; e aos 41 ' com um cabeceio espetacular, após cruzamento preciso de San José da direita) para deixar o Madrid em vantagem na primeira etapa. Ao recomeçar o jogo, um embate pegado, mas com 12’ no relógio, aproveitando a bola solta, Míchel acerta um chute à esquerda de Zenga, definindo a classificação. Zenga ainda impediu maior placar com três defesas incrédulas nos tiros de Chendo, Juanito e Pineda. Ao final do jogo, o jornalista Juan José Fernández não teve duvidas em afirmar: " Madrid e esta Copa da Uefa ficarão na história".
Após eliminar o Partizan, o PSG e o poderoso Man United, o então desconhecido Videoton (detentor de 3 Campeonatos Húngaros) passou a ser chamado de “Caçador de Gigante” e impunha atenção na decisão. O treinador Ferenc Kovacs construiu uma equipe sólida, com jogadores a se fazer notáveis, como o goleiro Peter Disztl, o defensor Borsanyi, o talentoso Laszlo Disztl, o motor da equipe Palkovics, os habilidosos e esforçados Vadasz e Szabo, e a estrela principal Burcsa. Confiantes os torcedores do clube se empolgaram ao ponto de baterem o recorde de publico do estádio Solstói, com quase 40 mil pessoas.
A partida na Hungria, dia 08 de maio, foi intensa no primeiro tempo por parte das duas equipe. Boa pressão inicial fez a equipe do Videoton, porém, aos poucos sendo envolvidos no engenhoso jogo de categoria do Real, que através de Míchel (após passe de Gallego, pegou um sem-pulo sensacional no canto esquerdo do goleiro Péter Disztl) abriu o placar aos 31’. As novas tentativas dos húngaros foram inócuas na segunda etapa, e o Real voltou a predominar no jogo de passes e velocidade. Aos 77’, Míchel tabela pelo lado direito com Butragueno e cruza na cabeça do capitão Santillana, pelo alto como sempre é imparável (2x0)! Não apenas jogo bonito tinha os brancos, a eficiência também se mostrava de forma letal. Aos 89’, nova troca de passes, Míchel chega livre na frente do goleiro e rola do lado para Valdano empurrar às redes (3x0). A trinca de gols praticamente liquidou as chances dos húngaros.
Apesar de permitir ao adversário uma consolação tardia pelo esforço na segunda partida no Bernabéu, a festa do Real Madrid naquele dia 22 de maio de 1985 estava consagrada. Os brancos levantaram a inédita e valiosa (na época) Copa da UEFA. A semente do jogo bonito do futebol espanhol foi plantada. O capitão Carlos Santillana recebeu na caixa o troféu da Taça UEFA/1984-85. Depois os jogadores desceram ao campo, onde um grande número de crianças soltavam vários balões brancos. Nas arquibancadas, a canção clássica de 'Campeões dos Campeões'. O presidente Don Luis de Carlos viveu seus últimos dias à frente do clube. A grande Era estava se formando.
Aquela conquista Internacional deu ganho de maturidade aos jovens, que ainda fariam bonito naquela temporada com “remontadas” sobre Barcelona, Gijón e Atlético de Madrid conquistando a Copa da Liga Espanhola.
BICAMPEÕES NA EUROPA E DOMÍNIO NA ESPANHA
Foram muitas as mudanças no Real Madrid para a época seguinte. A começar pela presidência do clube, dando inicio ao mandato de Ramón Mendonza. Sob sua direção o elenco passou por forte reformulação, vários jogadores que não se firmaram foram dispensados e outros, apesar de boas atuações, vendidos (como Stielike, abrindo vaga para um estrangeiro). Também chegavam contratações importantes, o ala-esquerda Gordillo (vindo do Bétis), o líbero Maceda (do Gijón), e principalmente – apesar de alguns protestos de torcedores – o atacante Hugo Sanchez (então artilheiro de La Liga, retirado do arquirrival Atlético de Madrid).
O jogo bonito ganhava o ingrediente da maturidade em meio a audaciosa juventude, isso faria o clube compenetrar seu protagonismo na Espanha. Agora o grupo teria maior regularidade, principalmente, fora de casa. Já que no Bernabéu era imbatível. Nas primeiras dez rodadas, dentre as quais um sonoro 5 a 0 pra cima do Valencia, o Real não só permaneceu invicto como assumiu a liderança da Liga. Ainda intercalou as primeiras partidas da Copa da Uefa, superando o AEK, da Grécia, revertendo 0-1, com um estrondoso 5x0 no Bernabéu. E pela fase seguinte, com uma vitória (2x1) e um empate (0x0), eliminou o Chornomorets, da União Soviética. Na continuidade por La Liga, o clube mostrou-se imbatível em seus domínios, venceu todos os jogos em casa. Ao emplacar série de 17 jogos invicto, buscou vitorias importantes também fora de casa em 2x1 frente ao Athletic (em San Mamés) e 1x0 no Atlético Madrid no (Calderón). A mais importante decisão ocorreu no Bernabéu: 3x1 pra cima do Barcelona, e o Real praticamente assegurou a conquista, que veio duas rodadas seguintes, dia 23 de março de 86, na vitória por 2x1 sobre o Real Valladolid (graças ao empate do Barça frente ao Sporting Gijón). Em 34 jogos foram 26 vitórias, 04 empates e apenas 4 derrotas (sendo duas dessas nas ultimas rodadas, quando já campeão, escalando times mistos). A conquista ocorreu com 11 pontos de frente, um recorde perdurado por 34 anos em La Liga. Além disso, o mexicano Hugo Sanchez, antes agorado, terminou como artilheiro (22 tentos) e dando a nova alcunha: La Quinta de Los Machos.
Durante a incrível série de jogos sem derrota no Campeonato Espanhol, de dezembro de 1985 aos primeiros meses de 86, o Real também teve duelos na Copa da UEFA. O Borussia M’gladbach chegou a vencer os brancos por 5x1 na Alemanha, em jogo confuso, com Gordillo marcando (solitário e importantíssimo gol do Real), mas sendo expulso ao fim. Na Espanha, um Bernabeu fervendo, para o Real mais uma vez buscar uma virada histórica, que começou a ser escrita no primeiro tempo: Valdano aos 5’ e aos 18’. A etapa complementar foi nervosa, o Real se lançou a frente e cuidou para não sofrer gols. Santillana foi buscar os 3x0 na marca dos 32’. Quando parecia tudo acabado e a classificação iminente dos alemães, aos 44’, novamente Santillana assinala o gol que parecia improvável, botando os merengues na fase seguinte. Nela, sem fazer força, mas com muita emoção também, o Real passou pelo desconhecido Neuchâtel: triunfo por 3 a 0 na Suíça e derrota em casa por 0x2.
Novamente pelas semifinais, o clube merengue reencontrou a fortíssima Internazionale de Rummenigge, Tardelli, Bergomi & cia. Em Milão 3 a 1 pros italianos. A partida de volta foi magnifica, no tempo normal o Real foi buscar o resultado com Hugo Sanchez 2x e Gordillo, a Inter descontou com Liam Braddy. A prorrogação foi tensa, os italianos perderam Mardolini expulso. O Real aproveitou para intensificar no ataque, e com Santillana buscou a virada e a classificação fantástica.
Nas finais o Real teve de superar a grande equipe do Colônia (de Schumacher, Steiner, Uwe Bein, Klaus Allofs e o craque Littbarski), uma das bases da Seleção Alemã vice-campeã do mundo. Foi uma espetacular atuação dos Brancos no Bernabéu, para praticamente assegurar a Taça. Após estar perdendo por 0x1, o Real virou de forma devastadora: aos 38’, Juanito cobrou falta lateral na área, após bate e rebate Hugo Sanchez empatou; quatro minutos depois, Juanito cobra outra falta lateral e de cabeça Gordillo colocou Madrid na frente (2x1) antes do encerrar inicial. Na segunda etapa, Butragueño aterrorizou a defesa alemã. Primeiro aos 51’, quando cruzou na área, Gordillo escorou de cabeça, e Valdado não desperdiçou. Depois, aos 84’, o abutre atrapalhou a defesa, a bola sobrou nos pés de Valdano livre, com goleiro ao chão, ele só empurrou para aumentar. Ainda deu tempo de Santillana aproveitar uma bola alta, carregar com a cebeça a pelota, emendar um chute feroz (89’) e construindo os 5 a 1!
As bandeirinhas brancas tremuladas pela torcida em êxtase sintetizavam o espetáculo. Na Alemanha o revés por 0x2 não fez diferença, o Real levantou o Bicampeonato da Taça da UEFA, numa façanha inédita na história da competição (igualada apenas duas décadas depois)!
RENASCIMENTO DO FUTEBOL ESPANHOL E A LIGA HISTÓRICA.
Aquele futebol incrível de Madrid passou a ocorrer conforme bebeu da fonte jovial dos seus garotos, retomando o caminho do triunfalismo. Eles representariam os primeiros passos em direção à modernidade, com um estilo de jogo que simbolizava o espirito vivido no país, conforme relatou o Zagueiro Manuel Sanchís, ao jornalista Jimmy Burns, no livro La Roja. “Nós éramos jovens de Madri que compartilhávamos uma visão semelhante sobre como o futebol deveria ser jogado – nós queríamos que fosse valente e ofensivo – e nós nos víamos como parte do que estava acontecendo na Espanha”. Alguns técnicos, mas o estilo era o mesmo. O 4-4-2 ou 4-3-3 expressos em campo sempre no sentido do gol. Aquela obstinação por gols, porém, também fez a equipe sofrer algumas goleadas que, quase sempre, foram contornadas em mais gols nos adversários.
As jogadas da equipe eram difundidas com enorme habilidade, sobretudo através de Míchel, Butragueño e Hugo Sanchez, em rápidas transições diagonais ou pelo centro. Outra força da equipe eram os lançamentos (mais na época de Schuster) e cruzamentos certeiros (principalmente de Juanito) para cabeçadas fulminantes (de Santillana, Sanchís ou Gordillo), o jogo aéreo era outra arma. A velocidade e o oportunismo dos avançados foram quase sempre irreparáveis.
Nos compromissos nacionais certa instabilidade só foi sentida após derrota para o Atlético, mas a partir da decisão com a Real Sociedad vencida por 1 a 0 (gol do mago Butragueño), a equipe prevaleceu fazendo espetáculos: 5 a 0 sobre o Athletic e triunfo de “venganza” fora de casa contra o Atlético Madrid por 3 a 1. O descontentamento se mostrou em nova eliminação europeia, justo na maior chance de título, depois de dois empates com o PSV (1x1 em casa e 0x0 fora). Mas alguns dias depois, o clube já voltava a festejar. Confirmando o título a quatro rodadas do fim, em acachapante 6 a 0 pra cima do Bétis, gols de Michel 2x, Gallego, Sanchíz, Gordillo e Hugo Sanchez. Não só o ataque foi avassalador (95 gols), com a genialidade de Butragueño e as acrobacias de Hugo Sanchez (pela quarta vez artilheiro, 29 tentos). O Real contou com uma defesa ainda mais sólida, pelos contratados Buyo (vindo do Sevilla desde a temporada passada) e o zagueiro Tendillo (ex-Valencia, chegado do Murcia). De quebra, a conquista marcou a despedida do ídolo Santillana. Depois veio a Supercopa, após três jogos (2x0, 1x2 e 4x1) contra o Barcelona, mais uma taça domestica na galeria.
A dominância em solo espanhol chegou ao máximo com a aquisição de uma Tríplice Coroa (4º doblete da história madridista) na temporada 1988-89. O Real se reforçou com o meia alemão Bernd Schuster (um dos três melhores na Bola de Ouro 1980 e 85), e logrou uma de suas melhores campanhas na Liga: sofrendo apenas 1 revés, chegando a ficar 28 rodadas invicto (dessas obtendo 19 vitórias). Para Leo Beenhakker sua equipe tinha nas “bases a responsabilidade e personalidade, sem nunca poupar esforços”. Isso fez o Real construir um recorde entre 2 de outubro de 1988 a 9 de abril de 89, ficando 34 partidas sem ser derrotado, com 25 vitórias e 9 empates – façanha quebrada só na Era do técnico Zidane. Na Europa o clube também foi avançando sem dificuldades, mas teve pela frente um adversário imbatível às portas da decisão: o Milan (de Baresi, Maldini, Rijkaard, Gullit e Van Basten) fez o Real provar do próprio veneno ao impor um espetacular 5x0 nos merengues. Aquele resultado gerou a demissão de Beenhakker, cabia juntar os cacos e botar o radar no Español.
Por La Liga o Real se diferenciou, principalmente, nos confrontos diretos: 3x2 e 0x0 contra o Barcelona; 2x1 e 3x3 frente ao Atlético Madrid; 1x1 e na ultima rodada abateu 2x1 o Valencia. Ao final a equipe obteve 25 vitórias e 12 empates nos 38 compromissos, a melhor ofensiva assinalando 91 gols. A coroação na Copa do Rey (passando por Elche, Sporting Gijón, Celta, Atlético de Madrid e Valladolid) complementou aquela fase maravilhosa para o clube (o doblete), adquirindo ainda o direito de outra taça: o Bicampeonato da Supercopa Espanhola.
Na necessidade de se refazer para a época posterior, o clube buscou o técnico galês John Toshack e dois grandes reforços para a defesa, Hierro e Rugerri. Nas dez primeiras rodadas, apesar de golear por 6x2 o Valencia, o Real até chegou a ter sua hegemonia ameaçada. Mas depois de perder para a Real Soecidad, a equipe se recuperou pra cima do Athletic (4x0) e não sofreria nenhuma outra derrota nas 28 rodadas seguintes! Etapas de triunfos que teve pela frente, entre outros, o Atlético de Madrid (3x0), a Real Sociedad (3x0) e o Barcelona (3x2), os mais fortes do campeonato. A conquista se concebeu após empate sem gols contra o Valladolid. As muitas goleadas propuseram incrível recorde de 107 gols numa temporada da Liga (marca superada somente em 2011-12 pelo próprio clube), com Hugo Sanchez mais uma vez artilheiro ao balançar as redes 38 vezes em 35 jogos, tornando-se o maior artilheiro por uma temporada (somente ultrapassado no século XXI, por C. Ronaldo e Messi). Pela segunda vez na história o Real Madrid alcançou a façanha de cinco títulos consecutivos! Depois ainda conquistou mais uma Supercopa, novamente diante do Barça, com duas goleadas: 4x1 e 5x1.
Apesar de não conquistar a Liga dos Campeões naquele período de encantamento (1985 a 90), o Real Madrid foi um dos poucos clubes creditados a jogar de igualdade com as emblemáticas esquadras da Série A Italiana (Internazionale de, Juventus de Platini, Napoli de Maradona e Milan do trio holandês), e ainda obteve partidas lustrosas contra equipes fortíssimas de outros países, praticamente vencendo a geração vice-campeã do Mundo da Alemanha (Colônia e Bayern Munchen), a base da Holanda campeã da EURO (PSV) e o Porto. Os Brancos foram, sobretudo, um dos esquadrões mais hegemônicas do futebol espanhol e mundial. Colocaram na ponta da chuteira uma ideia de futebol e permaneceram com ela até o fim, idealizando a imagem do país com gols e jogadas de sonho.
Seus desempenhos, ao final da década, ainda renderam ao Real Madrid o titulo honorifico de Melhor Clube da Década (segundo a France Football). Mais do que uma reunião de craques, um estilo de jogo bonito ou os grandes títulos, as lembranças daquele Real Madrid também se envergam para a esperança daquilo que eles representaram.
CONQUISTAS & CAMPANHAS
Copa da UEFA 1984-85 e 1985-86.
Campeonato Espanhol (La Liga) 1985-86, 1986-87, 1987-88, 1988-89 e 1989-90.
Copa do Rey da Espanha 1988-89.
Copa da Liga Espanhola 1984-85.
Supercopa da Espanha 1988, 1989 e 1990.
OS FEITOS HISTÓRICOS & LEGADO
- Melhor Clube da Década (segundo a France Football).
- Pentacampeonato Espanhol (Legitimo).
- Primeiro Bicampeão da história da Taça UEFA.
- Campeão em 1985-86 com 11 pontos de frente para o 2º colocado, um recorde perdurado por 34 anos em La Liga.
- Recorde por uma edição de La Liga com 34 jogos (25 vitórias e 9 empates) de invencibilidade entre 1988-89.
- Melhor Ataque (107 gols) da história por uma edição de La Liga em 1989-90, façanha perdurada por mais de 2 décadas.
- Triunfos contra gerações da Alemanha vice-campeã do Mundo (Colônia e Bayern München), Itália (a Internazionale) e Holanda Campeã da Euro (PSV).
- Foram a representação ideológica que vivia a Espanha após a Ditadura, com um futebol movido por impressionante categoria de craques rebeldes e midiáticos.