Baianíssimo, e do bairro da Ribeira, lá onde Bebeto estreou na várzea, a melhor escola do futebol brasileiro. Seu talento foi reconhecido desde os primeiros toques na bola, a convite de olheiros, que o observaram, veio o primeiro contrato no Bahia, onde Bebeto ficaria pouco tempo, migrando em menos de um mês ao rival Vitória, time de coração do craque na infância.
Nos primeiros anos de carreira era marcado por ser muito franzino, assim como Zico teve problemas ao pular para o profissional, já o caso de Bebeto se dava pela pobreza, pela alimentação pobre em nutrientes essenciais ao crescimento, e pode ser solucionada mais rápida, com a suplementação adequada e exercícios físicos.
Sua estreia profissional foi aos 18 anos, em 1982, no Vitória, onde permaneceu até o fim de 1983, ano em que disputou o Mundial de Futebol de Juniores, pela seleção brasileira. O torneio revelou ao mundo uma safra rica de craques que ficaram marcados na história do nosso futebol, nomes como, o volante Dunga (ex-Internacional e Vasco da Gama e capitão do tetra mundial, em 1984), o meia Geovani (ex-Vasco da Gama), o ponta-direita Mauricinho (ex-Comercial-SP e Vasco da Gama), o lateral-direito Jorginho (ex-América e Flamengo), juntos com o craque Bebeto, que já mostrava liderança e técnica própria na finalização.
Nos primeiros anos de carreira era marcado por ser muito franzino, assim como Zico teve problemas ao pular para o profissional, já o caso de Bebeto se dava pela pobreza, pela alimentação pobre em nutrientes essenciais ao crescimento, e pode ser solucionada mais rápida, com a suplementação adequada e exercícios físicos.
Sua estreia profissional foi aos 18 anos, em 1982, no Vitória, onde permaneceu até o fim de 1983, ano em que disputou o Mundial de Futebol de Juniores, pela seleção brasileira. O torneio revelou ao mundo uma safra rica de craques que ficaram marcados na história do nosso futebol, nomes como, o volante Dunga (ex-Internacional e Vasco da Gama e capitão do tetra mundial, em 1984), o meia Geovani (ex-Vasco da Gama), o ponta-direita Mauricinho (ex-Comercial-SP e Vasco da Gama), o lateral-direito Jorginho (ex-América e Flamengo), juntos com o craque Bebeto, que já mostrava liderança e técnica própria na finalização.
O treinador da seleção brasileira de juniores, campeã em 83, Aymoré Moreira, era conhecido por seu faro impetuoso para revelar novos talentos do futebol, sempre tecia inúmeros e elogiosos comentários á Bebeto, nomes como "o novo Zico", o "Dida do futuro", vieram sobre o craque imediatamente, que sensato e tímido, rebatia as comparações dizendo ter seu estilo próprio e apenas estar focado em fazer bem o seu trabalho. E também numa declaração famosa por sua humildade cunhou a frase: "nenhum outro brasileiro vai chegar ao nível de Pelé ou Zico".
Após a vitoriosa campanha no mundial de juniores de 1983, o Vitória recebeu diversas propostas, mas pôs um valor alto para a saída de sua joia, que migraria para o Flamengo no ano de 1984, pra ser treinado por Zagallo, seria um ano divisor de águas na vida de Bebeto.
1984 - Vida nova, estreia no Rio e muitas mudanças
Chegar em uma das maiores capitais do país, um centro da cultura futebolística, e jogando na melhor geração que o Flamengo já produziu não seria um desafio simples. o time vivia o sonho da reedição da campanha mágica de 1981, mas em especial naquele ano, as coisas estavam mesmo difíceis. O campeonato carioca foi perdido em um Fla x Flu, no campeonato brasileiro, o time chegou até as quartas, eliminado pelo Corinthians, o título acabou sendo decidido por dois outros cariocas, Vasco e Fluminense, com o tricolor se sagrando campeão. Fator culminante, a saída de Zico, na temporada passada parecia pesar sobre o clube.
Porém a pior notícia veio de fora dos campos, Bebeto perdeu seu irmão em um acidente de avião, que também lhe levaria seu companheiro de equipe, o zagueiro Figueredo, num evento que comoveu a torcida.
Talvez pelo treinamento excessivo que foi imposto nos seus primeiros anos como jogador, com muita musculação, Bebeto era visto as vezes como avesso aos treinos, se ausentava, e era citado por seus superiores no Flamengo como rebelde, por sempre se posicionar e responder com personalidade quando estava em desacordo. O Flamengo dessa época é lembrado pelo sucesso na sua gestão, todos souberam entender que se tratava de um jovem, mudando muitas coisas em sua conduta e personalidade, e portanto, era preciso trabalhá-lo, e assim foi, e o Flamengo esteve ao seu lado superando o momento familiar difícil e alicerçando todas a mudança na vida simples de Bebeto, para alçá-lo ao posto de uns dos maiores atacantes da história.
O episódio mais marcante dessa rebeldia, foi quando em um jogo contra o Botafogo, no mesmo ano de 1984, Zagallo trocou Bebeto por Nunes, e nessa substituição o novato saiu visivelmente furioso, no vestiário segundo relatos, ele empurrou o supervisor do Flamengo Américo Faria e ainda chutou a porta de entrada, enquanto gritava palavras fortes contra Zagallo. Porém, surgiu do mesmo velho Lobo toda a estratégia de recuperação do temperamento do jovem, Zagallo como sempre, usando a sua longa e vencedora carreira como exemplo, lembrou a Bebeto, que mesmo quando campeão do mundo em 1958, ainda não era titular absoluto no Botafogo.
Amparado por craques já experientes como Junior e pelo treinador Zagallo, e principalmente pela sua numerosa família que o acompanhou no Rio de Janeiro, Bebeto encontrou toda a tranquilidade necessária para contornar a situação, superar seu temperamento e começar a efetivamente escrever uma história no futebol.
Consolidação da lenda
Entre 84 e 86 Bebeto ia sendo usado regularmente no Flamengo, cada vez mais sendo integrado ao imaginário sobre aquele time, sem a concorrência com a figura de Zico, ele era visto consecutivamente como uma das principais figuras no ataque. Porém o primeiro título em campo, viria apenas em 1986, um campeonato carioca, contra o Vasco. Infelizmente esse ano terminaria marcado pela pior contusão na carreira do craque, um braço quebrado, no final do ano, pelo campeonato brasileiro, o que lhe tirou dos campos por alguns meses.
A volta aos gramados no ano seguinte foi triunfal, Bebeto era o nome principal do ano do tetracampeonato Rubro Negro, um dos títulos mais polêmicos de TODA a história do futebol (brasileiro ou mundial, como preferirem), que até hoje envolve dois clubes que se entendem como campeões de 1987, Sport e Flamengo, numa briga entre federações, houve a divisão do campeonato em duas ligas distintas, e houve a recusa do jogo que decidiria o verdadeiro campeão, entre Flamengo e Sport. O São Paulo foi anexado à essa polêmica pela taça que seria presenteada ao primeiro time que vencesse o torneio nacional três vezes consecutivas, ou cinco alternadas, a famosa Taça das Bolinhas, uma história que deve ser contada em maiores detalhes em outra ocasião.
Já campeão estadual e nacional, Bebeto viria a consagrar sua primeira artilharia no ano de 1988, no campeonato carioca, fato que seria repetido em 89, com 17 gols marcados em 88 e 18 marcados em 89. As especulações e propostas só aumentavam, o campeonato brasileiro de 87 e as atuações de Bebeto faziam de seu nome muito veiculado na mídia, e seu tempo no Flamengo se aproximava do fim. Clube pelo qual havia disputado 310 jogos e marcou 151 gols, em números oficiais, foram vencidas 170 partidas e 78 empatadas.
1989 - Vasco da Gama, Copa América e mais sucesso
Com o excesso de propostas vindas da Europa, Bebeto pediu ao Flamengo um valor alto para a renovação do contrato, o time se sentiu ultrajado, e optou por nem negociar, nem renovar o contrato do jogador, deixando seu passe livre e entregue a federação carioca de futebol. No mesmo período Bebeto se reunia ao time de 1989, que disputou e venceu a Copa América, em solo nacional. Bebeto foi o artilheiro da competição, esse foi o primeiro título da seleção desde 1970, se livrando de um hiato de 19 anos, competição que explodiu os nomes de Bebeto e Romário ao posto de maiores jogadores do futebol brasileiro naquele momento.
O Vasco da Gama havia arrecadado uma boa quantia resultante da venda de dois talentos, Romário ao PSV e Geovani ao Bolonha da Itália, e foi protagonista de uma das movidas mais surpreendentes do futebol, contratando o craque, revelado pelo seu rival, numa movida de bastidores cheia de meandros bem brasileiros, os astutos vascaínos conseguiram a compra do jogador.
Bebeto foi imediatamente aferido de traidor pela torcida rubro-negra, mas começou uma história, tão brilhante quanto pelo clube da cruz de malta.
Europa e Copas do Mundo
Em 1986, embora muito bom de bola, Bebeto não era cogitado entre os nomes principais para a copa, já em 1990 a história seria outra, campeão da Copa América e campeão brasileiro pelo Vasco em 1989, o jogador era visto como o principal nome de uma seleção que infelizmente decepcionou por desempenho e atuações na Itália.
Embora as atuações continuassem sensacionais, os anos de 1990 e 1991, foram sem títulos no Vasco, que contava com a volta de seu craque Roberto Dinamite, em 1992, o clube voltou a jogar bem no Brasileiro e Bebeto termina o ano como artilheiro da competição.
Seu sucesso e personalidade atraíram a visão de alguns clubes europeus novamente, mas quem de fato efetuou a compra do jogador foi o Deportivo La Coruña, no ano de 1992. Bebeto se tornara ao lado de Romário, o principal nome do futebol espanhol e seu clube viviam a melhor época, disputando o título, com uma equipe mágica, que deixou saudades nos seus torcedores.
O Deportivo é um capítulo a parte na carreira de Bebeto, o time onde ele jogou ao lado do craque Djalminha e Mauro Silva e foi campeão da Copa da Espanha de 1995, a despedida do craque em 1996 foi um evento marcante para o clube.
Na Espanha as atuações alçaram o craque a um status de um dos maiores atacantes em atividade, foi artilheiro do campeonato espanhol em 1992, e regia uma equipe que fez frente aos estrelados Real Madrid e Barcelona, como não decepcionou na Europa, esses período é considerado por muitos como o auge técnico da carreira de Bebeto.
Logo viria a Copa de 1994, e o título mundial, que deu a essa geração a maior expressividade, marcando uma dupla de ataque que é hoje lendária no imaginário dos torcedores, Romário e Bebeto.
Volta ao Brasil, última copa e fim da carreira.
Bebeto foi capa do jogo FIFA 97
Em 1996, Bebeto decide voltar ao Flamengo, para uma reconciliação com a torcida, veio para integrar uma super equipe que o time montava para aquele ano, mas não convenceu no campeonato nacional, e começaria uma fase de passagens mais curtas por outros clubes. EM 1996 uma volta não bem sucedida a Espanha, pelo Sevilla, uma passagem rápida e marcante pelo Vitória da Bahia em 1997, e uma surpreendente passagem pelo Botafogo, em 1997, onde reencontrou o bom futebol, e beneficiado pelo corte de Romário, por contusão, integrou o grupo da copa de 1998, jogando ao lado de Ronaldo e como sabemos, por pouco e por motivos tenebrosos, o título quase veio. Sua última passagem de destaque por um clube, foi pelo japonês Kashima Antlers, onde ajudou o clube a se sagrar campeão japonês da temporada de 2000.
Bebeto ainda jogaria até 2002, mas num ritmo menos intenso, marcado pelas contusões e por problemas com a parte física, mas também marcado como detentor de um dos chutes mais poderosos no futebol mundial, e por sua plástica e precisão única na execução dos voleios.
Ficha Completa:
Nome: José Roberto Gama de Oliveira
Nascimento: 16 de fevereiro de 1964, em Salvador (BA), Brasil
Posições: Atacante
Principais clubes: Flamengo (1984-1989), Vasco da Gama (1989-1992) e Deportivo La Coruña(1992-1996).
Principais Títulos: Copa do Mundo (1994), Copa América (1989), Copa dos Confederações (1997), Campeonato Mundial Sub-20 (1983), Campeonato Brasileiro: (1983 *reserva, 1987, 1989), Capeonato Japonês (2000), Copa do Rei da Espanha (1995), Taça Guanabara: (1984, 1988, 1989, 1981, 1990),Campeonato Carioca: (1986), Campeonato Baiano: (1997), Copa do Nordeste: (1997).
Prêmios Individuais: Craque do Ano - Revista Placar (1989), Prêmio Bola de Prata (1992), Inclusão no Hall dos 100 craques do século pela revista World Soccer em votação pelos eleitores* (1999).
Nome: José Roberto Gama de Oliveira
Nascimento: 16 de fevereiro de 1964, em Salvador (BA), Brasil
Posições: Atacante
Principais clubes: Flamengo (1984-1989), Vasco da Gama (1989-1992) e Deportivo La Coruña(1992-1996).
Principais Títulos: Copa do Mundo (1994), Copa América (1989), Copa dos Confederações (1997), Campeonato Mundial Sub-20 (1983), Campeonato Brasileiro: (1983 *reserva, 1987, 1989), Capeonato Japonês (2000), Copa do Rei da Espanha (1995), Taça Guanabara: (1984, 1988, 1989, 1981, 1990),Campeonato Carioca: (1986), Campeonato Baiano: (1997), Copa do Nordeste: (1997).
Prêmios Individuais: Craque do Ano - Revista Placar (1989), Prêmio Bola de Prata (1992), Inclusão no Hall dos 100 craques do século pela revista World Soccer em votação pelos eleitores* (1999).